No último dia 17, o jornal O Globo realizou uma live com o tema “Sarampo e catapora: diferenças e cuidados de cada doença”. O objetivo era debater questões relacionadas à vacinação. O evento foi patrocinado pela MSD.
Participaram do debate o infectologista, pediatra e diretor da Sociedade Brasileira de Imunização, Renato Kfouri, o infectologista e pediatra Filipe Veiga e a professora da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) Ethel Maciel, que tem pós-doutorado em epidemiologia pela Universidade Johns Hopkins. A condução do debate foi realizada pela jornalista do GLOBO Constança Tatsch.
Renato Kfouri alertou para a negligência do calendário vacinal. Segundo ele, o distanciamento causado pela pandemia e o receio das famílias influenciam para a diminuição no número de vacinados. Com essa redução de pessoas imunizadas e o retorno das atividades presenciais, existe o risco de ressurgir casos de doenças já haviam sido controladas.
Durante o debate, a epidemiologista Ethel Maciel lembrou que no ano de 2016, o Brasil conseguiu o certificado de eliminação do sarampo, mas no ano de 2028 o certificado foi perdido, porque o vírus foi reintroduzido no país. O Amapá vive hoje um surto da doença, já são 400 casos confirmados e duas mortes registradas.
Além do sarampo, Ethel informou que a catapora e outras doenças infecciosas estão presentes no Brasil, mas não em situação de epidemia. Contra a catapora, desde o ano de 2013 está disponível a primeira dose e no ano de 2017 foi disponibilizada a segunda dose.
De acordo com Filipe de Veiga, cerca de 600 mil crianças não foram vacinadas e por isso estavam em risco, uma vez que as vacinas podem evitar a infecção por diversas doenças que podem levar a morte, como é o caso da catapora, que uma criança infectada pode desenvolver 500 lesões bolhosas que servem como porta de entrada para inúmeras bactérias que posteriormente podem levar a criança a desenvolver pneumonia, o vírus que causa encefalite e sepse, é uma infecção generalizada.
Além dessas vacinas, foi discutido também a questão da vacina contra a Covid-19 para crianças, que em alguns países já está disponível. Os especialistas são unânimes no parecer favorável a vacinação.
De acordo com Veiga, a vacinação além de proteger a criança de hospitalização e morte, é capaz de evitar que a criança enfrente a infecção por Covid-19 durante um longo período, que ela retorne à escola com segurança. Ele ressalta que mesmo a Covid-19 sendo menos agressiva para este grupo, elas não estão imunes e por isso precisam ser vacinadas.
Os especialistas fizeram um apelo para que as pessoas busquem a vacinação e que os pais levem seus filhos aos postos de saúde para serem imunizados e ressaltaram que o Programa Nacional de Imunização do Brasil é o maior do mundo e que as pessoas podem confiar no trabalho desenvolvido.
Todas as lives ficam disponíveis no Facebook e no Youtube do jornal O GLOBO.
Fonte: Associação Paulista de Medicina